Description:
Vive-se numa época em que a humanidade está habituada as notícias cruéis e desumanas, na qual prevalece a produção e o comércio de armas, gerando vários tipos de violências. Enfim, tornou-se um lugar onde impera a lei do mais forte, a barbárie, uma lei que distribui inumanidade, adequada ao molde dos egoísmos particulares. Em múltiplas faces ideológicas que prometem soluções rápidas, a violência se torna explícita numa sociedade frágil e totalmente vulnerável. Porém, se existe na sociedade o lado assustador da violência, também aparece a profunda solidariedade e cooperação que são continuamente destacadas no convívio social. Este artigo apresenta um elemento próprio ao ser humano, a ternura, que, a partir de sua conscientização, apresenta-se como solução harmoniosa e afetiva nas diferentes divergências referentes ao âmbito da convivência humana. Nessa perspectiva, propõe-se um projeto revolucionário, "que possa colocar as pessoas de novo no centro", renovando a esperança de um futuro feliz, fruto da amabilidade, gentileza e civilidade. O objetivo deste artigo é expressar com clareza a relevância da "ternura" como elemento primordial de justiça, que sabe distinguir o bem do mal e que nos impulsiona, por meio da solidariedade, ao resgate da dignidade do outro atingido pela fragilidade humana. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa bibliográfica. Analisou-se o sentimento da ternura a partir de um estudo antropológico, cujos conteúdos, somados a experiência da fé, lançam luzes sobre o valor teológico. Espera-se que a sociedade do terceiro milênio evidencie, no lugar de uma cultura da violência alimentada pelo egoísmo e a morte, uma cultura da ternura, de amor e de vida. Somente assim, sob a condição do reencontro com o sentido da ternura, poder-se-á inverter o triunfalismo das ideologias, do iluminismo, pelo sentido da hospitalidade, da valorização, da diferença, do respeito amoroso da natureza e do ambiente.