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Este artigo tem como objetivo compreender os motivos que levaram a Igreja Católica a revisar seu antigo ritual de exorcismos de 1614 e publicar um novo em 1998, o qual está até hoje em vigor. Os exorcismos desempenharam um papel crucial na expansão e na consolidação do cristianismo, pois, além de servirem como um modo de personificar o mal que perturba o homem desde os primórdios, por meio deles as outras religiões foram demonizadas, hostilizadas e combatidas. Isso ocorreu porque as entidades não cristãs eram frequentemente classificadas como demônios. Porém, essa tendência de demonizar as outras expressões religiosas tornou-se incontrolável e culminou na Inquisição. Os abusos dos inquisidores esfriaram a crença na existência do Diabo e, consequentemente, mergulharam o catolicismo em uma crise de autoridade. Para combater tal ceticismo e reafirmar-se como a única capaz de derrotar o mal, a Igreja Católica realizou, séculos mais tarde, o concílio do Vaticano II, e nele deu o impulso para o clero formalizar a crença na existência e atividade desse ser de um jeito que se mostrasse aceitável para o mundo moderno. Um dos frutos desse objetivo foi a revisão do rito de exorcismos. Sabendo desses fatos, o texto a seguir se propõe a contextualizar o leitor quanto ao papel que a figura do Diabo desempenhou e desempenha para o catolicismo e mostrar os conceitos e motivos que levaram a essa revisão.