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Temos o objetivo de apresentar as diversas facetas do racismo religioso nas eleições para prefeito do Rio de Janeiro, no início do século XXI, ressaltando como determinados candidatos usavam pejorativamente elementos afro-religiosos para desqualificar seus concorrentes e atrair eleitores cristãos. Analisamos jornais de grande circulação no Estado do Rio de Janeiro, como O Globo e O Dia, além de bibliografias especializadas em racismo religioso, crescimento evangélico e ocupação do espaço público. Como resultado, identificamos a concorrência religiosa por votos, onde se sobressai a importância de conquistar o público evangélico para vencer as eleições. Concluímos que, candidatos associados as religiões afro-brasileiras eram satanizados e tinham sua credibilidade como governante abalada. Para sair do estigma negativo, os concorrentes se vinculavam a elementos cristão se, quando insistiam em defender a permanência de monumentos do universo afro-religioso no espaço público da cidade, utilizavam atributos apenas artísticos, esvaziando a construção de seu sentido mágico religioso.