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Este artigo argumenta que um produto visual também é material, no sentido de que objetos visuais (mesmo digitais) podem circular pelos mais variados espaços e, dependendo do contexto, podem adquirir ou expressar propriedades muito diferentes. Este artigo baseia-se em pesquisas conduzidas pelo autor em arquivos de filmes na Índia e no Reino Unido. O objetivo é mostrar que os filmes de não ficção (e a duração das filmagens) filmados por oficiais coloniais britânicos e visitantes da Índia na primeira metade do século XX formam “documentos” visuais que se baseiam em convenções fotográficas e filmes anteriores. Simultaneamente, o cinema de ficção indiano toma forma, com o trabalho pioneiro de DG Phalke. Os cinemas usam os mesmos materiais, possivelmente os mesmos tipos de câmera, porém sem intersectarem-se. Conclui-se que os filmes do período citado e posterior auxiliam entender as relações visuais entre o povo indiano como sujeito e os colonizadores britânicos.