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O presente artigo pondera a invisibilidade acerca de determinadas culturas nos currículos, sobretudo as comunidades de remanescentes de quilombos, bem como da importância dessas serem reconhecidas, acolhidas e valorizadas no seio das instituições educativas, desde as políticas públicas aos currículos e as práticas educativas. Apresenta como objetivo central: compreender as contribuições de Paulo Freire para o processo de humanização dos sujeitos e culturas invisibilizadas nos currículos, especificamente a dos povos quilombolas. A metodologia baseia-se na abordagem qualitativa e a análise a partir do referencial teórico e legislações/documentos selecionados. Com as contribuições de Freire (1981, 1987, 1997); García (1999); Feldmann (2009); Chiavenato (2012); Arroyo (2013); Santomé (2013); Chizotti (2014); Silva (2016) entre outros. Os resultados: revelam a necessidade da compreensão e de um olhar mais sensível a respeito do apagamento, ausência ou silenciamento de determinadas culturas, nos currículos escolares e de formação de professores em detrimento de uma cultura dominante e hegemônica e, a partir das contribuições freireanas evidencia-se que o caminho para a humanização dessas culturas, intermediada por uma pedagogia crítico e emancipadora para libertação e anti-marginalização, precisa partir do “ser para si” no que concerne as suas próprias histórias e de suas realidades concretas, de modo a reconhecer-se e acolher-se as suas especificidades e diversidade cultural, bem como a busca do “ser mais” por meio de suas vozes e relações com o mundo. Ademais, faz-se necessários a visibilidade e o conhecimento sobre os povos/comunidades quilombolas que contribuíram e contribuem na constituição da sociedade brasileira.