• Media type: E-Article
  • Title: Tempo, magnitude e o mito do cinema moderno
  • Contributor: Nagib, Lúcia
  • imprint: Associacao de Investigadores da Imagem em Movimento, 2014
  • Published in: Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento
  • Language: Not determined
  • DOI: 10.14591/aniki.v1n1.54
  • ISSN: 2183-1750
  • Keywords: General Engineering
  • Origination:
  • Footnote:
  • Description: <jats:p>Este texto aborda três filmes ambientados em Portugal, cujas locações oferecem uma visão privilegiada da função do tempo e da magnitude no cinema, os quais, por sua vez, permitem reavaliar as categorias de clássico, moderno e pós-moderno aplicadas a esse meio. Trata-se de O estado das coisas (Der Stand der Dinge, Wim Wenders, 1982), Terra estrangeira (Walter Salles e Daniela Thomas, 1995) e Mistérios de Lisboa (Raúl Ruiz, 2010). Neles, a cidade se compõe de círculos viciosos, espelhos, réplicas e mise-en-abyme que interrompem o movimento vertiginoso característico da cidade modernista do cinema dos anos 20. Curiosamente, é também o lugar em que a assim chamada estética pós-moderna finalmente encontra abrigo em contos auto-irônicos que expõem as insuficiências dos mecanismos narrativos no cinema. Para compensá-las, recorre-se a procedimentos de intermídia, tais como fotografias de Polaroid em O estado das coisas ou um teatro de papelão em Mistérios de Lisboa, que transformam uma realidade incomensurável em miniaturas fáceis de enquadrar e manipular. O real assim diminuído, no entanto, se revela um simulacro decepcionante, um ersatz da memória que evidencia o caráter ilusório da teleologia cosmopolita.</jats:p>