• Media type: E-Article
  • Title: Casa tomada: o medo em El hombre de al lado (Gastón Duprat e Mariano Cohn, 2009)
  • Contributor: Christofoletti Barrenha, Natalia
  • Published: Associacao de Investigadores da Imagem em Movimento, 2018
  • Published in: Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento, 5 (2018) 1, Seite 23-46
  • Language: Not determined
  • DOI: 10.14591/aniki.v5n1.330
  • ISSN: 2183-1750
  • Keywords: General Engineering
  • Origination:
  • Footnote:
  • Description: Hugo Hortiguera (2014) nota que a situação de deterioração ou lassidão dos laços sociais é, talvez, um dos elementos que mais significativa e insistentemente vem se projetando no discurso cinematográfico argentino da última década. Além de uma “fuga da cidade”, o autor observa um recolhimento na casa, que aparece nos filmes como último refúgio onde se proteger e escapar. Mas os conflitos também alcançam essa zona íntima: uma divisão parece ter possuído os espaços mais recônditos. El hombre de al lado (Duprat e Cohn, 2009) toca de maneira contundente a questão da casa como espaço íntimo fraturado – revela-se um tecido de desconfianças que a atinge, passando do lugar que provê proteção a seus habitantes para se transformar em mais um espaço instável da cidade. O filme constata e desdobra um problema de comunicação e negociação na diferença que provoca uma mudança radical na forma de morar na casa Curutchet (projeto de Le Corbusier). Propomos analisar como o filme concebe esse espaço em desintegração através das correspondências e dissonâncias entre a casa e seus moradores, pensando como estão suspensos na diegese valores que guiaram a construção da Curutchet e como constantes ressignificações desses valores promovem a emergência do que Freud conceituou como estranho. Ademais, a forma de localizar os personagens, articulada à suspeita que rege a relação que o protagonista estabelece com o “vizinho”, nos leva a fazer conexões com clássicos da literatura argentina que implantaram conceitos fundamentais para se pensar o país e suas divisões, como o conto “Casa tomada”, de Julio Cortázar, e “Cabecita negra”, de Germán Rozenmacher.