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No presente artigo descreve-se um estudo cujo objetivo se centra na identificação e compreensão dos significados e sentidos, narrativamente construídos e organizados por crianças com e sem familiares alcoólicos, relativamente à sua família. Esta investigação enquadra-se na necessidade atual de aprofundar o estudo do consumo de álcool e do seu impacto a nível familiar, principalmente no desenvolvimento das crianças. Foi utilizada uma metodologia qualitativa, recorrendo-se à realização de entrevistas analisadas de acordo com a Grounded Analysis. As entrevistas decorreram com 11 crianças com idades compreendidas entre os 4 e os 10 anos de idade, inseridas nas atividades lúdico-pedagógicas de um projeto social. Seis destas crianças possuem familiares que sofrem de alcoolismo e cinco não. Os resultados apontam para a existência de diferenças entre os discursos dos dois grupos de crianças que constituíram a amostra, sendo que as crianças com familiares alcoólicos manifestaram uma concepção diferente da família, que envolve relações conflituosas e problemas de vários tipos.