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A história do humor gráfico brasileiro tem sido caracterizada por obras que demarcam a existência de um humor tipicamente nacional. Tal originalidade ocasiona a publicação de inúmeros livros que se apresentam como coletâneas que reunem os principais nomes do humor gráfico no Brasil. Nesses levantamentos os homens são uma maioria absoluta e quando as mulheres não são ignoradas por completo, elas são citadas em quantidade mínima. Diante deste cenário, o objetivo deste artigo é analisar cinco coletâneas publicadas entre os anos de 1968 e 2011 e avaliar, em termos quantitativos e qualitativos, as mulheres citadas. Como contraponto aos silêncios do humor gráfico brasileiro em relação às autoras mulheres, exploro ainda jornais alternativos feministas publicados na segunda metade do século XX, para demonstrar que diante de um cenário editorial negligente à produção das mulheres, elas encontraram caminhos alternativos para publicação de seu trabalho, construindo lugares de resistência, a exemplo do contexto atual em que a Internet é suporte fundamental para publicização de cartunistas, desenhistas, ilustradoras e quadrinistas brasileiras.
Palavras-chave: Mulheres. Silêncios. Humor gráfico. Resistência.