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<jats:p>Apesar das taxas atuais de sobrevivência dos bebês prematuros excederem os 85%, estima-se que 50% a 70% dos recém-nascidos pré-termo ou com baixo peso desenvolvem disfunções cognitivas e comportamentais bem como atrasos no desenvolvimento socioemocional, motor e linguístico, que persistem até a vida adulta e impactam de forma significativa o vertiginoso aumento da incidência de transtornos psicopatológicos da infância na atualidade. A Organização Mundial da Saúde estima que 15% a 20% das crianças que frequentam consultas pediátricas de rotina apresentam um diagnóstico psicopatológico. É imprescindível o desenvolvimento de intervenções voltadas às necessidades psicossociais dos bebês pré-termo e seus pais, prevenindo interferências nas interações estabelecidas entre eles, fundamentais para a instauração do processo de constituição do sujeito e organizadoras do desenvolvimento das funções orgânicas e instrumentais do bebê. Este artigo apresenta uma revisão da literatura científica produzida entre 2010 e 2015, mediante consulta às bases de dados MedLine, Index Psi, Lilacs, Ibecs, BDENF, acerca de intervenções, com famílias de neonatos prematuros, que incluam a participação do psicólogo e atuem na promoção e prevenção da saúde mental. Verificou-se um número extremamente reduzido de intervenções familiares dessa natureza, retratando o predomínio do reconhecimento da importância do desenvolvimento biológico e comportamental, em detrimento do desenvolvimento psíquico.</jats:p>