Description:
<jats:p>O presente artigo analisa, desde um enfoque interdisciplinar entre filosofia e teologia, a crise dos refugiados ambientais como um dos maiores desafios do século XXI. O pensamento antropocêntrico moderno produziu não apenas a separação entre o ser humano e a natureza, mas também a desvalorizou e a reificou. Desse modelo de pensamento resultam o antropoceno e uma compreensão antropocêntrica dos direitos humanos que leva à exclusão ou à falta de reconhecimento de certos grupos como no caso dos deslocados ambientais. Por uma parte, o deslocamento de grupos inteiros por questões climáticas traz consigo a vulneração de direitos humanos como: direito à vida, moradia e saúde. Por outra, os refugiados ambientais ainda carecem de reconhecimento internacional em tratados de direitos humanos. Diante disso, faz-se importante a superação desse modelo que, em última instância, impede a universalização dos direitos humanos. Para isso, a teologia dos direitos humanos de Jürgen Moltmann desde as teses do direito de Deus sobre os humanos e imago Dei possuem um papel fundamental. O artigo conclui demonstrando dois caminhos concretos que podem contribuir para a superação desse modelo moderno: a ressignificação do conceito de economia e o reconhecimento do dever ecológico fundamental.</jats:p>