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Este artigo visa analisar, entre tantos outros conceitos, os de superioridade e inferioridade relativos aos processos de legitimação da subordinação entre os nativos e os europeus, desde um processo histórico latino-americano. Para tanto, o ensaio aqui examina o caráter ideológico, portanto, liberal burguês de expropriação do capital e sua lógica perversa, que, em certos momentos, também assume o valor de crença religiosa. É tendo em vista esse quadro que a ideologia da superioridade encontrou, por exemplo, no aparato bélico, estratégias militares dos colonizadores espanhóis, portugueses, ingleses e franceses, reforçando, na consciência dos povos nativos e africanos, esse conceito hegemônico, expressão, portanto, de uma “verdade” universal. A formulação desse conceito é perceptível ainda nos dias atuais (2018) na política, na educação, nas escolas, na universidade e nas relações de trabalho. Esse ponto de vista se apresenta como uma concepção de mundo e permanece petrificada na consciência, inclusive na das vítimas dessa concepção. A superação dessa concepção poderá começar quando este sistema econômico for superado, numa relação dialética entre a produção da existência humana, bem como na relação com as novas políticas econômicas e com a formulação de novas relações socioculturais que superem a concepção imperativa da subserviência.